Curso na França

Thiago Marques Zanon Jacomino, Professor do C.E. Padre Mello, relata sua trajetória na Educação

"Me graduei em Licenciatura em Matemática pela UENF – Universidade Estadual do Norte Fluminense, em Campos dos Goytacazes – RJ, no ano de 2007. Já em 2008, iniciei o Mestrado em Engenharia Civil nesta mesma instituição e fui convocado para minha primeira matrícula no magistério no Estado do Rio de Janeiro. Devido à incompatibilidade de horários, optei por deixar o mestrado e me dedicar ao trabalho. Em 2009, fui convocado para assumir minha segunda matrícula na Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, fiz minha Pós-Graduação em Matemática pela FIJ – Faculdades Integradas de Jacarepaguá. Nesse período, mantinha ainda o sonho de fazer um Mestrado e, se possível, em Matemática. Tal oportunidade surgiu no final de 2010, quando participei do processo seletivo para o PROFMAT – Mestrado Profissional em Matemática. Fui aprovado para uma das 20 vagas disponíveis para um total de 320 candidatos. Iniciei o curso em 2011, na mesma instituição em que me graduei. Era o início da realização de um dos meus sonhos. Me dediquei ao máximo. A jornada foi árdua, por ter que trabalhar e me dedicar aos estudos ao mesmo tempo. Foram dois anos de curso com aulas todos os sábados no período diurno. Em janeiro de 2013, recebi um e-mail do coordenador do curso, questionando minha disponibilidade em participar de um curso de formação de professores na França. Obviamente aceitei o convite. Para mim, era o que viria a coroar minha dedicação em quase dois anos de curso. Mais tarde fiquei sabendo que a indicação foi feita por mérito e dedicação no decorrer do mestrado. Fiquei ainda mais contente pelo reconhecimento do meu trabalho. Para participar do Curso na França existiu ainda um segundo processo seletivo, pois eram em torno de 50 instituições, cada uma com seu representante, e só existiam 25 vagas. No dia primeiro de março recebi um e-mail da Capes com o convite para participar do curso. Era o início do sonho! O curso teve como sede o CIEP – Centre International d’Études Pédagogiques, situado em Sèvres, França e foi realidade no período de 14 de abril a 10 de maio. No dia 12 de abril todos os selecionados participaram de uma reunião na sede da CAPES, em Brasília, contando com representantes da Embaixada Francesa. O curso foi sensacional, mas muito apertado e cansativo, pois tivemos aulas todos os dias, de segunda a sexta de 9:30h ao 12:30h e de 14:00h as 17:00h. Mas, devido estarmos muito próximo a Paris, qualquer oportunidade juntávamos a turma e pegávamos o trem ou metrô e íamos conhecer as belezas da cidade. Durante estas quatro semanas tivemos 26 cursos, 2 visitas culturais e visitamos as escolas que funcionam séries finais do Ensino Médio em Paris. Os temas dos cursos:

•  Apresentação do sistema de ensino e dos programas de ensino de matemática na França;
•  O cálculo na 2ª fase do ensino fundamental e no ensino médio;
•  Ferramentas para o ensino: analisando os enunciados;
•  Ferramentas para o docente: analisando o desenrolar das sessões;
•  TICE/Geometria dinâmica;
•   TICE/Sotware Casyopée;
•  Visita cultural: Beteux Parisiens – Port de La Bourdonnais – Paris 7e;
•  Abordagem comparativa das questões do ensino de matemátia;
•  Modelização I;
•  Visita de classe (visita às escolas nas classes finais do ensino médio);
•   Lógica I;
•   Implantar seção TICE;
•  Lógica II;
•  Ferramentas para o ensino: refletindo sobre o trabalho do docente;
•   Estatística I;
•  Visita de classe (visita às escolas nas classes finais do ensino médio);
•  História da Matemática;
•  Modelização II;
•  TICE/Ensino à distância;
•  Estatística II; 
•  Geometria na primeira fase do ensino fundamental; 
•  Geometria na segunda fase do ensino fundamental; 
•   Raciocínio, argumentação e prova; 
•  Proporcionalidade na segunda fase do ensino fundamental;
•  Conjuntos numéricos;
•  Concepção de sequências de ensino;
•  ICE/Diagnóstico em Álgebra;
•  TICE/Funções;
•   Matemáticas e ciências experimentais: abordagem históricas;
•  Visita cultural: Castelo de Versales - Sèvres;

Além do aprendizado matemático, passamos a ter uma visão de todo sistema educacional da França, seus pontos fortes e seus pontos fracos; os problemas sociais que afetam a vida escolar. O período da viagem também nos ajudou a aprender a viver como franceses, conhecer seus costumes, crenças, valores e, em algumas situações, tentar falar em francês para aprender o idioma ou, como meio de “sobrevivência”. O contato com professores/pesquisadores franceses, que ministraram os cursos, nos fizeram perceber como a educação se processa e em especial o ensino da matemática. O convívio com os 26 mestres do PROFMAT também foi muito interessante. A participação de um professor de quase todos os estados do Brasil nos proporcionou momentos de crescimento no sentido de saber quais são as peculiaridades de cada um."